quinta-feira, 25 de novembro de 2010

CURITIBA DEBATE COPA 2014 e EMPREENDEDORISMO

No dia 2 de dezembro vários empreendedores de CURITIBA irão se reunir no espaço ALDEIA COWORKING para debater OPORTUNIDADES DA COPA 2014.

Local: Galeria Suissa 1o andar
Horário: 20:00- 22:00h
Organização: ALDEIA COWORKING http://coworkingcuritiba.com.br/blog/

VALE A PENA PARTICIPAR E CONHECER

sábado, 20 de novembro de 2010

Empreendedorismo segundo André Esteves

Empreendedorismo segundo André Esteves

Simplicidade e objetividade. Vejam resumo de plalestra do ANDRÉ ESTEVES Por Silvia Balieiro durante o Fórum de Empreendedores

“Meu primeiro dia no mercado de investimento terminou com 100% de perda”. A frase foi dita neste sábado por André Esteves, um dos banqueiros mais bem-sucedidos do Brasil, que conquistou seu primeiro bilhão de dólares aos 37 anos.

+ Da revista: leia a reportagem de capa sobre André Esteves, publicada em 2009 - A maior aposta de Esteves

O fracasso inicial se explica: quando começou a trabalhar no banco Pactual, ainda nos anos 80, Esteves havia comprado um Gol em 24 prestações. Filho de mãe professora universitária, não tinha dinheiro para pagar o seguro. E no seu primeiro dia de trabalho, o veículo foi roubado. “Fiquei sem carro e ainda tive que pagar todas as prestações que faltavam”, disse o banqueiro à plateia que o assistiu durante o Fórum de Empreendedores, que acontece neste final de semana em Campos do Jordão.

+ LEIA MAIS: André Esteves defende redução da carga tributária

“Sem carro e com uma dívida para pagar, minha única opção era trabalhar para pagar a dívida”. Segundo o próprio Esteves, a dificuldade fez aflorar ainda mais seu espírito empreendedor. Como o banco de investimento oferecia uma remuneração variável maior do que a fixa, decidiu se dedicar ao máximo para ganhar mais.

Na época, Esteves estava no segundo ano de faculdade e começou no banco como analista de sistemas. Mas, por conta própria, começou a estudar economia para mudar para a área de operações. A oportunidade de mudar surgiu no início de 1990, quando foi para a operação da mesa de renda fixa do banco. Porém, no primeiro final de semana, foi anunciado o Plano Collor, que sequestrou toda a dívida pública do país. Ao chegar ao banco na segunda-feira, viu que não havia mais nada a fazer, pois não havia dinheiro para investir.

Como era o mais novo de uma área, Esteves achou que corria o risco de ser demitido. Para evitar isso, começou a estudar a legislação do novo plano econômico e durante uma reunião com vários diretores do banco sugeriu a criação de um fundo que investia nos FAFs (Fundos de Aplicação Financeira) de grandes instituições. A ideia não só foi aceita, como Esteves foi promovido à chefe da área, que marcou o início do Pactual Asset Management, que hoje tem US$ 45 bilhões sob sua gestão.

“Conto essas histórias para mostrar que problemas, dificuldades, missões impossíveis, são, no fundo, oportunidades de empreender”, afirmou Esteves. O banqueiro lembra que para ter um negócio de sucesso, não basta ter um objetivo, é preciso ter flexibilidade para se adaptar às realidades e às mudanças do mercado. Segundo ele, um curso encomendado por ele à Universidade de Harvard, analisou 5000 Planos de Negócios de países e modelos diferentes. De todos esses, apenas três seguiram o plano de negócio à risca e tiveram sucesso dessa forma. No entanto, outros vários negócios mudaram a trajetória e chegaram a ter até mais sucesso do que os três que seguiram o BP.

Erros
Para o banqueiro, errar faz parte de qualquer negócio. Especialmente no setor financeiro, uma boa margem de acerto é de aproximadamente 2/3. “Todas as segundas-feiras, quando vou para o escritório, sei que farei muitas besteiras naquela semana”. Mas, segundo Esteves, errar não é ruim. Errar é uma dádiva. Triste é não aprender com os erros. “Bater de avião não pode. Mas bater de carro, dentro do limite de velocidade, com cinto de segurança, pode ser um problema contornável”, disse o banqueiro.

E há algum segredo para o sucesso? Ao responder essa pergunta, Esteves afirma que não existe sucesso sem trabalho. E três pilares são indispensáveis: talento, trabalho duro em equipe e motivação.

A simplicidade é outro adjetivo que André Esteves considera essencial para o sucesso das empresas. “Todas as empresas vencedoras são frugais. Simplicidade é essencial, porque faz com que os executivos não percam de vista os valores essenciais”, diz. E completa a idéia mostrando um pouco de sua personalidade: “Não troco de carro há quatro anos e nunca andei numa Ferrari. A diferença de ter três carros ou dezessete é zero. Não podemos nos apegar à bobagens, que sequer nos fazem diferentes”, afirma.

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Erros mais comuns num Plano de Negócios

O Professor Marcos Hashimoto faz um diagnóstico simples e preciso dos erros mais comuns num Plano de Negócios

Marcos Hashimoto

Ao longo de minha carreira como professor e consultor, tenho me deparado com planos de negócios dos mais diversos tipos e para negócios das mais diversas naturezas. Neste período, colecionei os erros mais comuns que os empreendedores cometem e que listo a seguir:

1)Falta de um objetivo claro e específico: Não há um objetivo estabelecido para o negócio. Não existem metas de vendas, não há uma visão clara do futuro do negócio, existem poucas evidências de uma estratégia por trás do negócio. Bons planos de negócio definem explicitamente quanto de vendas pretende atingir depois de certo período de tempo ou quanto do mercado pretende alcançar. 2)As declarações de visão não devem se limitar a clichês sem sentido nem significado para o negócio e as metas são mensuráveis, específicas, atingíveis e relevantes.
3)Concorrência subestimada: Uma das expressões mais comuns nos planos de negócios que eu recebo é ‘Nosso produto/serviço é tão inovador que não temos concorrentes’. Muito cuidado com esta afirmação, pois você pode até não ter concorrentes diretos, mas sempre haverá produtos ou serviços substitutos ao seu. A pergunta que você deve fazer é ‘Se meu produto/serviço não existisse, de que forma o cliente teria sua necessidade atendida?’. Aí está o seu concorrente que você deve tratar no seu plano de negócio.
4)Projeções financeiras irreais: Planilhas financeiras apresentam frequentemente números inflados para parecer melhor do que realmente seriam. Na ânsia de apresentar um negócio inquestionavelmente viável, o empreendedor acaba caindo na tentação de ser otimista demais nas projeções de vendas ou faturamento ou de subestimar despesas e custos. Ao estimar os cenários, até no cenário pessimista o negócio dá lucro. Por melhor que seja o negócio, se o leitor levantar dúvidas sobre os números, todo o negócio perde credibilidade.
5)Planilhas financeiras incompletas: Este tem sido o verdadeiro calcanhar de Aquiles dos planos de negócios: o plano financeiro. Provavelmente porque quem não tem formação em Administração ou similar não compreende os fundamentos por trás desta parte do plano de negócio e acaba trazendo planos incompletos, sem descrição de fonte de capital, sem projeção de cenários, sem cálculo do ponto de equilíbrio, sem demonstração de fluxo de caixa, sem a necessidade de capital de giro ou sem cálculo de VPL, TIR ou payback.
6)Dificuldade de demonstrar vantagem competitiva: Muitas vezes, o empreendedor tem um bom negócio nas mãos, mas não consegue descrever sua idéia no papel ou, pior, acha que tem um grande negócio, porém não demonstra nada de diferente do que existe no mercado. Este tipo de erro é típico de quem não estudou adequadamente o mercado nem o concorrente, deixando a emoção cegar-lhe a visão real do diferencial efetivo de seu produto/serviço. Ainda pode acontecer do diferencial que existe não ter seu valor percebido pelo mercado alvo.
7)Erros de gramática e concordância: Se o leitor não entender o que está escrito, a melhor idéia de negócio pode acabar no lixo. Saber se expressar na forma escrita vai além dos erros de gramática, digitação, pontuação, acentuação, concordância ou sintaxe. O texto precisa estar ordenado de uma forma que faça sentido para quem está lendo, organizado de forma a construir a ideia do negócio na cabeça do leitor, caso contrário, é melhor pedir para um professor de português rever e corrigir o texto. Erros desta natureza dizem muito a respeito do empreendedor.
8) Informações irrelevantes: É comum eu receber planos com páginas e páginas de descrição minuciosa do setor totalmente baseado em dados secundários de domínio público, ou informações como registro de domínio, de CNPJ, cadastro na junta comercial, cópias do contrato social e vistoria do corpo de bombeiros. Tudo isso é absolutamente desnecessário, pois todo negócio precisa. O Plano de negócios precisa conter dados relevantes do negócio em si, informações que ajudarão a compreender a viabilidade da ideia, caso contrário, o leitor se desinteressa e desiste de ler.
9)Falta de conhecimento do negócio ou de gestão: Quando o plano é muito superficial, que abusa de expressões vagas e clichês, do tipo ‘produtos de alta qualidade’, ‘equipe muito bem treinada’ ou ‘só os principais fornecedores do mercado’, dificilmente consigo ler o plano inteiro, pois é evidente que o empreendedor não conhece o negócio ou técnicas de gestão. Bons planos de negócios são específicos, sem entrar em jargões técnicos ou prolixos. Se o empreendedor não tem um bom currículo para apresentar, precisa compensar com um bom e experiente conselho consultivo.
10)Falta de evidências de demanda real: É muito difícil encontrar um plano que demonstre que os números estimados de vendas e faturamento não são chutados. São poucos os que conseguem escrever um plano de marketing que dê credibilidade e sustentabilidade às projeções. O preço deve estar dentro da prática do mercado e acima do custo unitário, as vendas precisam ser coerentes com as pesquisas de mercado, capacidade de produção e logística de distribuição, além de compatíveis com os canais de venda e a estratégia de comunicação e publicidade.
11) Ausência de riscos: Este talvez seja o erro mais comum de todos. Nenhum empreendedor quer se expor e falar o que pode dar de errado em sua ideia de negócio, mas é um item necessário. Não dou credibilidade para nenhum empreendedor que diga que seu plano é perfeito e que tudo vai correr dentro do planejado. Se você não enxerga riscos no negócio então é um mau empreendedor. Você deve sim tentar imaginar os pontos fracos de sua ideia para que possa incluir no plano de negócios uma estratégia de ações alternativas, um plano ‘B’.
Existem outros erros comuns em planos de negócios.

Não arrisque seu sonho por achar que pode escrever seu plano sozinho e sem formação, pois pode acabar queimando cartuchos importantes para viabilizar sua ideia.

Marcos Hashimoto é professor de Empreendedorismo Seu site pessoal é www.marcoshashimoto.com. Para conhecer melhor o trabalho do CEMP acesse www.insper.edu.br/cemp